A cor de nossas dores está tão entrelaçada com nossa natureza e com nossos abalos que não dá para saber de onde vieram….a divisão mente corpo nunca pode ser uma separação. Como psicóloga e terapeuta de movimento isso é muito claro e a compreensão destes processos me ajuda a entender e a dar uma direção para um trabalho seguro e que promova melhoras.
Dores são, muitas vezes, multifatoriais: dores físicas se misturam às “dores da vida”, e às condições impostas pelo meio onde este corpo vive. Uma combinação bastante complexa, onde os mundos interno e externo se encontram, por vezes gerando atritos. Neste contexto poderíamos dizer que as áreas doloridas equivalem a “áreas de expressão” destes conflitos.
Em muitos casos, oriento os alunos a participarem das minhas aulas mesmo com dores, pois teremos uma oportunidade única de superar uma condição difícil que este corpo nos apresenta. O movimento tem, muitas vezes, poder reparador, regenerador. Obviamente a presença de dores requer mais atenção e conhecimento para agir do que uma situação, digamos, “normal”, onde o aluno não sente dores ou grandes dificuldades. Posso dizer que os alunos costumam se surpreender com os resultados!
Por isso nunca subestimo a capacidade do corpo em superar dores e condições difíceis. O movimento, quando bem direcionado, cria alívio para muitas dores.